Propostas

#159
Toda a cidade
Infraestruturas Viárias, Mobilidade e Transportes
Carlos Gaivoto
20/08/23

"BikeBox" nas intersecções rodoviárias semaforizadas de Lisboa

Descrição

Os modos alternativos ao automóvel estão ainda em desvantagem em relação ao investimento/ordenamento das respectivas infraestruturas rodoviárias. Apesar das recomendações do Livro Verde e do Livro Branco no que diz respeito à prioridade do TP e dos modos suaves (andar a pé e de bicicleta), o concelho de Lisboa e a sua cidade principal é ainda um enorme parque de estacionamento e de circulação, com toda uma hierarquia e estrutura da rede rodoviária dimensionada para dar prioridade ao automóvel. Os impactes negativos que isso traz para o colectivo é por demais já conhecido e pouco se tem feito para inverter esta tendência (ex:o mais recente foi a conclusão da CRIL e o Túnel do Marquês) que, mesmo em período de crise e uma diminuição relativa do volume de circulação automóvel, ainda se mantêm o elevado risco de segurança e diminuição do conforto na circulação pedonal e no TP dentro da cidade, ao ponto de contribuir para uma parte da quebra acentuada da procura em TP. Estes desequilíbrios podem ser atenuados e pode inverterse estas tendências caso a cidade procure dar prioridade ao TP e aos modos suaves. Nesta proposta, procurase dar também prioridade ao modo bicicleta dentro da cidade, integrando o veículo de duas rodas dentro da estrutura e hierarquia da rede viária, aliás tal como a FPCUB já tinha proposto em Fevereiro de 2009 à CML. É possível efectuar essa integração através do ordenamento desses eixos viários e completar com esquemas de sinalização horizontal e vertical, sem que haja grandes custos de investimento. É neste sentido que se propõe a sinalização horizontal que evidencie a pintura de "BikeBox" nas intersecções semaforizadas, à semelhança de tantas cidades europeias (Bruxelas, Londres,etc.) como americanas (New York, S.Francisco, Portland, etc.). Juntamente com essa sinalização, poderá evidenciarse também a sinalização vertical, permitindo à bicicleta actuar também como "traffic calming" e haver assim uma mobilidade mais sustentável, de ajuda à redução de emissões e poupança energética, ao mesmo tempo que dará às pessoas mais saúde (tal como recomenda o programa WHO da ONU) para circular em modo alternativo ao automóvel e até em combinação com o TP. A introdução das "bikebox" legitimirá assim uma política de mobilidade sustentável mais consequente e coerente com os programas e pactos estabelecidos e recomendados em tantos organismos de transporte, de energia e de saúde, como por exemplo, ver o Pacto dos Autarcas ou a Estratégia para Lisboa Sustentável. Por último recordese que num estudo realizado na Áustria e dos resultados obtidos em várias cidades, por cada 5% de transferência modal para a bicicleta, estimase ter uma poupança em cerca de 450 milhões de euro pelos efeitos positivos de diminuição de doenças. Na Escócia e na República Checa, os planos de transporte já são modelizados em função de projectos HEALTH, de acordo com as recomendações da ONU (programa WHO)em que o modo bicicleta é incentivado. Tal como a prioridade ao TP, a prioridade à bicicleta e ao peão, só podem contribuir para uma maior sustentabilidade no funcionamento das cidades e na qualidade de vida das sua populações. Esta proposta, pode ser um significativo contributo para que tal venha a acontecer e que certamente a CML pode ajudar.

Local

Concelho de Lisboa

Resultado da Avaliação Técnica

Proposta Aprovada

A proposta uma vez aceite, deu origem ao projeto que apresentamos abaixo. Quaisquer mudanças em relação à proposta original foram trabalhadas junto do preponente e com as entidades competentes.

OP 2012 #130
130 votos
Toda a cidade
150.000€
Infraestruturas Viárias, Mobilidade e Transportes