A praça do bairro
Descrição
Entre a riqueza natural do Parque Florestal do Monsanto e da Tapada da Ajuda e a riqueza patrimonial da área Monumental ao Palácio Nacional da Ajuda, do Largo da Torre do Galo e ainda dos pátios envolventes, habitam cerca de 4000 pessoas que diáriamente vive com o elevado número de estudantes que se deslocam para o Pólo Universitário da Ajuda.
Grande parte dos habitantes, residem no Bairro 2 de Maio, Casalinho da Ajuda e Zona do Rio Seco, 2 Bairros BIPZIP e uma zona. Desde 2013 esta área tem tido sido alvo de um trabalho continuo na promoção da participação cidadã, a melhoria da qualidade do espaço e do Desenvolvimento local, primeiro com o Projecto BIPZIP 2 de Maio todos os dias, em 2014 o Projecto "O meu Bairro" e em 2015 o Projecto D´Ajuda.
O "Projeto D’Ajuda” surge de uma aglutinação de vontades na freguesia da Ajuda em promover e qualificar o território de modo a melhorar a qualidade de vida das comunidades e tem como objetivos a promoção do desenvolvimento local, a estimulação da participação pública e a melhoria da qualidade de vida das comunidades, promovendo as migrações entre bairros de modo a fomentar a inclusão socio-espacial.
Em Fevereiro de 2015, foi promovido pelo Projecto uma sessão de participação cidadã do Bairro 2 de Maio, onde se juntaram à mesa desde técnicos municipais da UIT-OC, Associação de Moradores, Grupos informais, Faculdade de Arquitectura e moradores de várias faixas etárias que em conjunto estabeleceram problemáticas tendo como base uma análise SWOT realizada pelos técnicos do Projecto. Desta sessão surgiram vários eixos de intervenção com base na transformação de fraquezas e ameaças em forças e oportunidades. A sessão foi bastante productiva e apesar da diferença ao nível dos temas abordados, o espaço público foi o tema central. Os eixos de intervenção definidos foram, a necessidade em continuar e optimizar o trabalho desenvolvido com as crianças e jovens do bairro *intergeracionalidade* desporto e geriatria, a oportunidade para o Bairro de ser mais acessível pela qualificação da sua envolvente, a necessidade de promover cidadania e a higiene no espaço público e a consciencialização consensual de ter como base das temáticas a participação das comunidades como parte do processo.
Através da parceria com a Faculdade de Arquitectura e o contacto próximo através das unidades curriculares a trabalhar em colaboração com o Projecto, pretendeu-se promover um olhar da Academia para o território vizinho. A proposta de estudo prévio apresentada é resultado da colaboração do estudante Erasmus Danilo D´Alessio do 3º ano, em estreita relação com o Projecto, tornando possível actuar e propor a melhoria da qualidade de vida das comunidades promovendo respostas concretas às problemáticas e eixos de intervenção previamente descritos.
Com um especial enfoque na questão da melhoria da qualidade de vida das comunidades através do trabalho da envolvente ao bairro e da valorização do património material e imaterial, o projecto pretende criar uma praça com vista à múltipla realização de actividades.
A desqualificação do terreno em questão é visível a olho nu, e o olhar da comunidade de moradores sobre este território é bastante forte. O facto de não haverem equipamentos de lazer infanto-juvenil ou outro equipamento desportivo a não ser o “campo da mata” que acabou por não ser alvo de intervenção do Projecto Req. Parque Urbano do Rio Seco 4ª Fase e continua a degradar-se, a comunidade assume que é uma das prioridades a realização de algum projecto que vá ao encontro destas lacunas e necessidades e em quase todos os casos apontando para o terreno em questão o terreno mais proveitoso para um projecto com estes objectivos.
Contudo não são só as crianças e jovens o tema de conversa entre a comunidade, é também a preocupação com os mais idosos e com a falta de ligações e equipamentos de apoio aos mesmos, como equipamentos geriátricos.
O projecto apresentado pretende então responder da melhor forma a uma real necessidade e vontade das comunidades, assumindo-se como um projecto de ruptura com a actual situação do bairro quer ao nível das carências de equipamentos e espaço público mas sobretudo pelo papel que uma praça com equipamentos como os que se propõem têm para a preservação do espaço público, relações sociais e intergeracionais. Este é um projecto além-fronteiras do Bairro, desde a sua localização limítrofe ao bairro e sobretudo por atrair população de fora e em especial da Universidade, permitindo assim migrações entre os BIPZIP e a promoção de relações.
A proposta apresentada apesar de apresentar algum detalhe é ainda um estudo prévio, pois pretende-se que quando for aceite e aprovado que possa ter o contributo da população em alguns detalhes e pormenores de desenho e construção para garantir a preservação do espaço e sobretudo a criação de ligação com o lugar aumentando a autoestima em relação ao sitio onde habitam, uma vez que é bastante reduzido.
É proposto uma praça equipada com um skatepark personalizado, áreas de refeição, áreas de lazer e contemplação e uma área para o pastor residente, um dos que ainda resta na cidade de Lisboa.
O planeamento do espaço tentou ao máximo preservar a identidade local e de memórias do local em questão, como a criação de um espelho de água remontando à fonte existente na quinta da espanhola onde muitos foram os habitantes que lá tomaram banho e se refrescaram no verão, a criação e dotação de espaços com áreas de refeição com grelhadores por sr uma das actividades mais praticadas no Bairro pelas populações e sobretudo pela vista que o local em si encerra sobre o Rio e Lisboa. O projecto salvaguarda ainda a existência de um pastor e um rebanho, propondo assim um recinto próprio para o mesmo.
O projecto pretende também trabalhar no domino da reciclagem e da higiene urbana, pois pretende ser também uma chamada de atenção para a reciclagem de materiais, reciclando alguns materiais fruto das possíveis demolições e reutilizando-os para variados fins, desde objectos para a prática de skate quer para outros elementos simbólicos.
Este projecto não finda com a construção da praça, é sobretudo pela ligação que pode vir a ter com os actuais grupos informais e associações locais a desenvolverem trabalho com as comunidades que este projecto assume grande importância.
Por ser um projecto que pode mudar a vida e a qualidade devida das comunidades, o Projecto D´ajuda promove-o reforçando a sua importância, necessidade e viabilidade.
Local
R. Armando de Lucena 1, 1300-070 Lisboa, Portugal
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