Mais Repúblicas em Lisboa
Descrição
Uma República de estudantes, é uma organização sem fins lucrativos destinada a albergar estudantes do ensino superior e gerida por estes.
As suas origens remontam ao século XIV, em Coimbra, berço da academia de Portugal, quando D. Dinis, por diploma régio (Charta Magna Privilegiorum, 1309), promoveu a construção de casas na zona de Almedina que deveriam ser habitadas por estudantes mediante ao pagamento de um aluguer. É assim que, a partir de um tipo de alojamento comum, permitindo minimizar os encargos financeiros, viriam a surgir, por evolução, as atuais Repúblicas. Ainda hoje, as "casas" caracterizam-se pela exaltação de valores universais que unem o passado ao presente: a vida em comunidade, a soberania e a democracia. As decisões são, geralmente, tomadas por unanimidade e todos os membros são responsabilizados pela gestão da "casa". As Repúblicas destacam-se das outras casas de estudantes pelo seu objetivo de, além do estudar para disciplinas, procurar, também, ensinar um "saber viver", "saber fazer" e "saber dizer", utilizando a vida boémia e convívios para despertar o debate e reflexão sobre temas mais complexos.
Actualmente, Lisboa conta com três Repúblicas que em conjunto garantem o alojamento a 43 estudantes universitários. Este número é muito reduzido para a quantidade de estudantes, deslocados e necessitados, que existem. As residências de cada universidade também não são capazes de dar resposta a todos os seus alunos deslocados e alugar um simples quarto custa muito caro. Assim, a solução para a melhoria deste problema passa pela reabilitação de várias casas que se encontram na posse da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e ao abandono. Cada casa passaria a ser habitada e gerida por uma comunidade de estudantes que pagaria uma renda simbólica à CML.
Este projecto ambicioso não só ajudaria centenas de estudantes, como também os comércios de proximidade e o recuo da desertificação urbanística.