Ligação pedonal entre Rua Eduardo Bairrada e a Rua José Osório de Oliveira
Descrição
O local de intervenção serviu outrora para abertura de pedreiras para a extracção de calcário, patente na Rua Eduardo Bairrada onde a escavação foi efectuada em caverna.
Os afloramentos do Rio Seco são um Geo-Monumento que está situado na freguesia da Ajuda, em Lisboa.
O Geo-Monumento do Rio Seco, são antigas pedreiras, agora recuperadas como zonas de lazer, onde ainda estão preservados os Fornos de Cal.
PROPOSTA
Proposta de Intervenção que visa a execução de um percurso pedonal acessível, permitindo vencer a diferença de cotas entre a Rua Eduardo Bairrada e a Rua José Osório de Oliveira.
Pretende-se unir duas zonas fronteiras sem acesso directo, em alternativa ao percurso actualmente existente sinuoso e distante, através de uma estrutura em rampa adaptada às acessibilidades, vencendo um declive aproximado de 13 metros e requalificando o antigo túnel de acesso aos fornos de cal.
Em respeito pelas preexistências, optou-se por criar um percurso serpenteado que parece flutuar sobre o “Geo-Monumento”, promovendo o acesso a todos os utilizadores, incluindo os com mobilidade reduzida.
Este percurso permite em simultâneo usufruir de um passeio que incentiva à observação do meio envolvente, levando a um maior conhecimento dos valores naturais, tais como a geologia da zona, flora e fauna (columbofilia) e promover os benefícios inerentes à prática de actividades de ar livre, funcionando ainda como uma forma de escapar ao “stress” e sedentarismo do dia-a-dia vivido nas cidades.
A proposta abrange uma área da freguesia da Ajuda, delimitada a Sul pela Rua do Rio Seco, a Poente a Rua José Osório de Oliveira, a Nascente a Rua Eduardo Bairrada, e a Norte delimitada pela área ajardinada do Polidesportivo do Rio Seco, recentemente construído.
O espaço a intervir, desnivelado em três (3) patamares, abrange uma área aproximada de 2.000 m2, localizando-se a cota intermédia entre os dois arruamento, numa área actualmente ocupada por hortas urbanas, um poço, um tanque e pavilhões de caracter precário, incluindo pombais, os quais outrora se acedia através de um túnel em rampa com entrada pela Rua Eduardo Bairrada, actualmente encerrado.
Pretende-se reutilizar a rampa de acesso ao patamar intermédio, com entrada pela Rua Eduardo Bairrada, minimizando o impacto visual da intervenção a preconizar, valorizando a memória do local, em protecção do património natural.
Do nível (patamar) intermédio, e de forma a vencer um desnível de 13 m de altura, pretende-se construir uma estrutura metálica, leve, ténue em troços de 10 metros em rampa, com respetivos patamares de descanso.
A estrutura em rampa desenvolve-se ao longo de uma parede de betão armado, ancorada ao maciço rochoso, conferindo estabilidade à vertente e servindo de apoio a troços de rampas em consola que se desenvolvem nesta prumada, através de vigas ligadas ao muro por chumbadores.
A restante estrutura apoia discretamente no maciço, nos vértices do traçado desenhado, permitindo criar zonas de estadia em cotas diferentes.
A rampa desenhada percorre os vários desníveis do “rochedo”, introduzindo o conceito da “promenade architecturale”, ou seja, as diversas direcções serpenteadas do traçado permitem disfrutar de estímulos diversificados e qualitativamente distintos. Nesta caminhada manifesta-se um trajecto com diferentes pontos de fuga, resultando numa experiencia espacial dinâmica, complementada com zonas de estadia (miradouro, bancos e bebedouros).
Pretende-se conferir um itinerário contemporâneo, uma caminhada que se pretende aprazível em resposta a um espaço votado ao abandono, que se encontra inventariado como monumento natural, enfatizando-o.
A estrutura proposta em cor branca, traz à memória a actividade desenvolvida na freguesia, designadamente a extracção de cal neste local.
Local
Rua Eduardo Bairrada