Escola Km 0
Descrição
Num cenário de crise pandémica imposta pela Covid-19, nunca foi tão premente abordar o tema da SOBERANIA ALIMENTAR, a fim de combater os problemas ambientais e socioeconómicos do sistema vigente, e delinear novos modelos urbanos adaptados às necessidades da população. Sendo a alimentação um factor decisivo na política da cidade, torna-se indispensável incorporar a agricultura no planeamento urbano de modo a delinear novos hábitos e reduzir a distância física entre as pessoas e os alimentos que consomem.
Foi neste sentido que surgiu a proposta de criar no Município de Lisboa a primeira ESCOLA KM 0, na EB23 de Marvila, inserida entre os bairros dos Alfinetes, Quinta das Salgadas, Marquês de Abrantes e Quinta do Chalé, a qual se tornaria na primeira instituição de ensino público a conseguir produzir localmente, no seu recinto, todas as verduras servidas aos seus alunos e funcionários na cantina escolar.
Parte da solução deste ambicioso objectivo passa pela implantação de sistemas de horticultura vertical, os quais, além da economia de espaço, conseguem assegurar um volume de produção que satisfaça as necessidades diárias de uma instituição deste tipo. Entre todas as soluções disponíveis, a mais viável e acessível é gerida pela UpFarming, associação portuguesa que implementa um modelo low-tech / low-cost de produção vertical – torres metálicas de 6 metros de altura, nas quais as verduras, dispostas em prateleiras, rodam lentamente num movimento ascendente e descendente, de forma a beneficiarem de igual da exposição solar.
Cada unidade de produção vertical consegue produzir cerca de 100kg de verduras por mês, mais de uma tonelada de verduras por ano, para consumir e distribuir, no KM 0, sem emissões de carbono - alfaces, espinafres, manjericão, beterrabas, cenouras, morangos, entre outras, que dariam para saladas, sopas e cabazes. Com este modelo, quatro torres bastariam para poder satisfazer todas as necessidades de saladas e sopas servidas na cantina escolar!