BIBLIOTECAS INFANTOJUVENIS INCLUSIVAS PARA LISBOA
Descrição
Enquadramento
A inclusão de uma pessoa com deficiência no mercado de trabalho não se apresenta como uma tarefa fácil, uma vez que aos constrangimentos de ordem pessoal ainda há que acrescentar as barreiras físicas, sociais e culturais criadas pela própria sociedade à sua integração. De facto, para que a pessoa com deficiência seja integrada profissionalmente é necessário, não só, o seu empenho individual, mas também, uma mudança de paradigma social, histórico e cultural, eliminando barreiras como o preconceito e discriminação, dado que uma sociedade inclusiva necessita de oferecer uma ampla gama de serviços especializados altamente diferenciados para atender as mais variadas necessidades especiais de todos os cidadãos.
Actualmente, a grande maioria dos indivíduos com Perturbação Ligeira do Desenvolvimento Intelectual (PLDI) em idade activa, encontra-se ou em casa ou institucionalizado, sendo raras as situações em que desempenham uma actividade profissional remunerada. Estima-se que 15% das PLDI que estão institucionalizadas poderão ter uma vida autónoma, com trabalho digno e remuneração adequada às funções desempenhadas.
Descrição do Projecto:
Propõe-se a criação de quatro (4) bibliotecas infanto-juvenis inclusivas em Lisboa a integrar na Rede de Bibliotecas de Lisboa. Pretende-se que as referidas bibliotecas sejam distribuídas por freguesias que ainda não se encontrem dotadas de infraestruturas de carácter análogo, referindo-se a título de exemplo as freguesias de Benfica (Zona Norte), Ajuda (Zona Ocidental), Santo António (Zona Centro), Estrela (Zona Centro-Histórico), com um total de cerca de 85.000 habitantes, como hipóteses possíveis para o desenvolvimento e implementação deste projecto piloto. [1] Pretende-se que os livros e demais documentos a integrar nas bibliotecas sejam obtidos por via de campanhas de angariação junto dos munícipes a título individual (livros e outros documentos novos e/ou usados) e de iniciativas junto de editoras e livreiros. [2] O carácter inclusivo das infraestruturas comunitárias propostas será atribuído por duas vias: i) possibilidade de frequência das bibliotecas por crianças, jovens e jovens-adultos com PLDI nas actividades correntes e em actividades inovadoras propostas; ii) criação de emprego inclusivo para jovens-adultos e adultos com PDI com remuneração digna e compatível com as funções desempenhadas. Para possibilitar a utilização das referidas bibliotecas por indivíduos com PLDI, bem como fomentar a integração da sua frequência nos hábitos deste grupo da população, será necessário dotar as bibliotecas de um conjunto de materiais didácticos e de apoio, tradicionais e/ou de carácter inovador com recurso a novas tecnologias de informação, adaptados e adequados ao propósito, e previamente seleccionados de forma criteriosa para o efeito pretendido. [3] O emprego inclusivo a criar contempla a integração dos indivíduos com PLDI, em regime de part-time e devidamente enquadrados por técnicos especializados [4], nos serviços usuais de uma biblioteca, designadamente catalogação dos documentos, arrumação e organização dos documentos, entrega dos documentos aos utentes, … assim como em serviços complementares diferenciados que a biblioteca possa colocar ao serviço dos utentes e da comunidade em geral, designadamente serviços de encadernação, impressão de documentos (por exemplo livros, teses …), lançamento de obras, workshops, ocupação de tempos livres em tempo de férias escolares, … Pretende-se que a gestão do espaço assim como a supervisão dos indivíduos com PLDI no seu local de trabalho e em actividades de enriquecimento pessoal seja efectuada, em regime de part-time, por voluntários seniores das freguesias envolvidos no projecto, o que permitirá , também como iniciativa de carácter inclusivo, a criação de ocupação para um outro grupo vulnerável da população. Prevê-se que os voluntários seniores sejam também orientados e devidamente capacitados por técnicos especializados [4] com vista a potenciar uma melhor integração profissional dos indivíduos com PLDI.
Pretende-se que sejam utilizados espaços que se encontrem desaproveitados nas freguesias referidas e que estes sejam convertidos em espaços modernos, aconchegantes e inclusivos com todas as condições de acessibilidade, propícios à troca de informação e aprendizagens, e que promovam junto do público infanto-juvenil o interesse pelas leituras e pesquisas em todas as suas formas e possibilidades.
É importante ter em mente que é dentro desse espaço que uma cultura leitora se constrói e se fortalece. Portanto, um espaço acessível e amplo, bem distribuído, com fácil circulação, ambientes confortáveis de leitura, bem iluminado assegura a permanência do leitor na biblioteca. Um espaço assim organizado torna-se um grande atractivo para os membros da comunidade. Em termos de planeamento do espaço consideram-se três (3) zonas principais: i) área de actividade propriamente dita; ii) área de circulação; iii) área de armazenamento. Em linha com as tendências mais actuais, a área de actividade terá zonas diferenciadas para os utentes, com espaços dedicados à leitura e a outras actividades interactivas, e adequadas para o desempenho dos funcionários. A área de circulação deverá ser tal que permita a boa acessibilidade entre as estantes. A área de armazenamento deverá contemplar espaço suficiente para acomodar todo o acervo da biblioteca. Para além do espaço dedicado à actividade da biblioteca pretende-se equipar, num espaço contíguo, uma sala polivalente que fique disponível para actividades de enriquecimento pessoal (yoga, meditação, música, dança, pintura, etc…) e que possa ser utilizada não só pelos os indivíduos com PLDI a trabalhar na biblioteca, mas também para outros utentes com PLDI.
[1] Necessária identificação de locais possíveis para a criação das bibliotecas-piloto.
[2] Existência de iniciativas de apoio por parte de uma Editora à Associação Vilacomvida em outras circunstâncias
[3] Levantamento já efectuado com apoio de especialistas reconhecidos a colaborar com a Associação Vilacomvida em regime de voluntariado
[4] A colaborar com a Associação Vilacomvida em regime de voluntariado
Proponente
O projecto é promovido pela Associação Vilacomvida – A + valia na diferença, uma associação de solidariedade social sem fins lucrativos constituída em dezembro de 2016, actualmente IPSS, que tem como missão a promoção da vida autónoma e pleno emprego de indivíduos com PLDI.
Potenciais parceiros:
1) Juntas de freguesia das Unidades de Intervenção Territorial, UIT, identificadas
2) População em geral
3) Associação Vilacomvida
Local
Espaços que se encontrem desaproveitados nas freguesias pertencentes às Unidades de Intervenção Territorial selecionadas