Educar para a empatia
Descrição
Educar para a empatia
O objetivo deste projeto é sensibilizar a comunidade educativa da freguesia de Benfica para a importância de uma educação para a empatia e para a felicidade, possibilitando que um número elevado de alunos, professores e educadores tomem consciência de que, através da literatura, podemos construir um mundo mais feliz, empático e justo.
Os seres humanos, enquanto espécie, não nascem com empatia cognitiva, desenvolvem-na, sim, ao longo da infância, em particular, e da vida, no geral. Um modo de desenvolver tal empatia é através da literatura. Alguns estudos já apontam para o papel que a literatura tem no desenvolvimento cognitivo (Djikic, Oatley & Moldoveanu 2013). O mundo da literatura possibilita que, na nossa imaginação, assumamos o papel do outro e tal pode consistir um meio extremamente poderoso para nos ligarmos socialmente aos outros e para desenvolvermos as nossas competências no domínio social.
Os investigadores têm vindo a descobrir que as palavras e as histórias têm um papel único a desempenhar na construção da empatia. A leitura de histórias e a escrita implicam empatia em relação às personagens, o que ajuda as crianças a trabalhar as suas emoções e a explorar como se podem comportar em diferentes situações. A literatura aumenta a nossa capacidade de compreender as emoções de outras pessoas (Sutherland 2004).
Se, como sabemos, são os próprios seres humanos que contribuem para a felicidade uns dos outros, então o papel da escola deve ser, para além de possibilitar a mera transmissão de conhecimentos, o de contribuir para este processo de construção de felicidade de cada aluno.
Num país com desafios crescentes, em que reinam o ?bullying?, a incompreensão e a desconfiança, a capacidade das crianças e jovens para entender o outro será vital em diversos domínios. Concretamente, pretende-se, com este projeto, que haja formação ao nível dos vários ciclos de ensino, mas essencialmente nos jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo.
Assim, numa primeira fase, professores e educadores receberiam formação sobre psicologia positiva e sobre educação para a empatia e felicidade através da literatura. Não seria obrigatória a adesão de todas as escolas a esta iniciativa. Poderia funcionar, para começar, apenas em algumas. Numa segunda fase, os professores e educadores que teriam recebido formação levariam a sua experiência e os novos saberes para a sala de aula, proporcionando às crianças e jovens o contacto com livros e histórias que fomentassem a interajuda, a intercompreensão, a empatia, o altruísmo, a felicidade. Fundamental seria também o trabalho sobre essas mesmas histórias e a posterior partilha com a comunidade, através de workshops, exposições, etc.
Marujo, H. (2012). A educação como caminho de felicidade: Práticas e teorias da ciência do bem-estar. Cadernos de Educação de Infância. APEI.
Djikic, M., Oatley, K. & Moldoveanu, M. (2013). Effects of literature on empathy. S.l. Benjamins
Sutherland, M. (2004). Using storytelling as a therapeutic tool. Speechmark 2012; Waters T, Therapeutic storywriting.
Local
Escolas e Jardins-de-Infância