Propostas

#308
Toda a cidade
Nazaré Cabral
20/08/23

Sai à rua, Lisboa!

Descrição

Sai à rua, Lisboa! Identificação do problema: Uma das maiores deficiências no funcionamento da cidade de Lisboa está associada, paradoxalmente, a um do seus ex libris principais: a calçada portuguesa. Na verdade, ela tornouse, sobretudo com o envelhecimento da população, num dos principais fatores de exclusão social. Por causa da calçada portuguesa, uma boa parte da população ? a começar justamente pelos mais idosos, para já não falar das pessoas portadoras de deficiências físicas graves ? pura e simplesmente não consegue sair à rua e andar pelas ruas da cidade. O problema estendese aos pais que transportam crianças em carrinhos, às mulheres que usam saltos mais altos, etc.. A calçada portuguesa, com toda a sua beleza, é acima de tudo escorregadia, irregular, esburacada, impedindo que muitas pessoas, especialmente as mais vulneráveis, circulem com o mínimo de segurança na cidade. Ela é fator de exclusão social! Proposta: No contexto de crise atual, dificilmente seria aceitável a substituição quase integral da calçada portuguesa, mormente nas ruas de maior declive (que são a grande parte delas), por um outro tipo de material que garantisse maior mobilidade e fosse mais ergonómico. Esta seria a solução ideal: a calçada manterseia apenas nas zonas ou avenidas mais emblemáticas do ponto de vista turístico e igualmente nas mais planas (v.g. Av da Liberdade, Rossio, Belém, etc.). Na impossibilidade de avançar para esta solução ótima, a minha proposta é então um second best (mais barato e exequível): Proponho que se atenue o atrito existente entre os passeios e as faixas de rodagem, construindo rampas lisas (com alcatrão, cimento ou outro material apropriado) que permitam assim eliminar o ?esforço? de transição dos passeios para as estradas, suprimindo as fontes de atrito. Em simultâneo, proponho que nas ruas com maior declive (e portanto mais perigosas e nas zonas mais perigosas) se tape a própria calçada com uma camada desse mesmo material (alcatrão ou outro), eventualmente acompanhada, nos sítios mais críticos e sem limitar a mobilidade, pela colocação de corrimãos que auxiliem as pessoas na subida/descida dessas ruas. Dirão os opositores (mais estetas ou tradicionalistas): fica feio, muito mais feio do que a nossa calçada! Eu respondo com o seguinte: 1) a calçada portuguesa, de tão esburacada e suja que às vezes anda, nem sempre é bonita; 2) as cidades mais lindas do mundo não têm calçada e as pessoas andam nas ruas, porque podem andar sobre alcatrão; 3) o que é inclusivo é sempre bonito; 3) Lisboa é tão bonita: só falta que saia à rua. Nazaré Saldanha Póvoas da Costa Cabral

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