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Marvila
Dobrando uma Sombra- Espaço Multiusos
Descrição
Dobrando uma Sombra - Espaço Multiusos
Esta proposta de projeto teve como base o Trabalho Final da Pós Graduação em Engenharia e Gestão de Energias Renováveis do ISEL, desenvolvido pelo aluno Arq. Hélder Piazentin.
O programa inicial que se propunha para as instalações do ISEL era a construção de um pequeno empreendimento fotovoltaico e uma cobertura para veículos. Sendo que a instituição pretende diminuir os seus custos com a energia e procura uma solução que não implique recorrer a fontes energéticas que não possui, considerou-se que o recurso à energia fotovoltaica seria o mais adequado. A instalação de uma estrutura de módulos fotovoltaicos capaz de produzir a quantidade de energia para o edifício implica cobrir uma grande superfície que não seja abrangida por sombreamentos (parque de estacionamento).
Pretende-se, assim, desenvolver um projeto arquitetónico que consiste na construção de uma instalação fotovoltaica, estacionamento coberto e um pavilhão multiusos.
O local reservado para o parqueamento de viaturas é ideal para desenvolver uma grande superfície suspensa (pavilhão multiusos) que pode acumular tanto a função de produção de energia para alimentar a estrutura, como dotar o ISEL de um espaço coberto que acrescenta melhores condições físicas aos seus alunos e colaboradores. Esta reveste-se de enorme potencial, não apenas pelo seu caráter funcional estrito como pela “liberdade” configurativa que pode adotar. Temos, pois, uma janela de oportunidade muito estreita que pode satisfazer as necessidades energéticas do edifício e, ao mesmo tempo, oferecer aos seus utilizadores, internos e externos, melhores condições de estudo, de trabalho e realização de eventos culturais e científicos, quer de iniciativa do ISEL, quer de qualquer elemento da cidade de Lisboa, permitindo um envolvimento perfeito com a comunidade circundante, oferecerá também possibilidade de carregamento de veículos elétricos.
A intenção não é inserir um espaço fechado como salas tradicionais. O objetivo é dispor de um pavilhão multiusos onde se podem desenvolver várias atividades diferentes e em simultâneo na integração de um grande espaço coberto sem muros no recinto que viabiliza uma utilização ininterrupta. Todos os utilizadores poderiam contar com este espaço disponível a qualquer hora. Dada a natureza arquitetónica desta plataforma que se encontra no piso 1 a instituição poderá desenvolver um programa que englobe atividades tão interessantes e empreendedoras como apresentações de publicações, cenários de gravações, seminários, formações profissionais, conferências, lançamentos de discos ou qualquer outro produto dos media, pequenos concertos, mostras de arte, exposições, entre outras tantas coisas que se podem enumerar. Acrescente-se que pela sua localização dentro do perímetro do recinto, o pavilhão de telhado negro apresenta um enorme facilidade em ficar isolado do resto do conjunto edificado dando espaço para que algumas das atividades enunciadas possam ser fonte de rendimentos, promovidas pelo ISEL ou por entidades exteriores.
A volumetria prismática da estrutura resulta da divisão do quadrado em 8 triângulos iguais. Cada um tem um lado com 21º de declive, que permite a autoprodução de energia pelos paíneis fotovoltaicos. Ao diminuir o ângulo que os painéis fazem com o plano horizontal será possível diminuir a altura da estrutura e ajustar a sua largura à do lado do recinto desportivo existente. Estas acções justificam-se em prol de uma harmoniosa ligação entre a edificação proposta e as existentes. A cobertura é suspensa por oito grandes colunas que suportam o peso da estrutura negra por intermédio da interligação de vigas que se cruzam no centro da estrutura. Os módulos são montados paralelamente aos limites exteriores da estrutura sobre guias metálicas, presos por grampos. Por debaixo dos perfis metálicos, tapetes de cortiça escondem os cabos, ao mesmo tempo que geram uma superfície contínua impermeável, que emprega um acabamento digno ao tecto do espaço e evita que chova sob a sua alçada. Os pilares de secção circular estão bem dentro do perímetro agora resguardado para não interferirem com o funcionamento e a capacidade do parqueamento.
É de destacar a escolha de um material natural e reciclável de origem nacional como a tela de cortiça como solução de revestimento de todas superfícies dos vários volumes sugeridos no projecto. As telas deste material nobre são manufacturadas sem recurso a produtos da indústria petroquímica e são alvo de uma gestão florestal sustentável. Não obstante o seu excelente comportamento térmico, a cortiça é uma matéria moldável de elevada estanqueidade e um óptimo isolante electromagnético. A cortiça é um grande absorsor de impactos e de frequências acústicas, pelo que parece ser uma boa solução para reduzir os níveis de ruído na área veicular.
Todos os lados da instalação formam um pórtico triangular que reenquadra a paisagem circundante. A sua dimensão e altura atribui aspetos ao espaço que são característicos das praças cobertas como as dos pavilhões.
É de salientar que existe já uma estreita e frutuosa ligação entre as Juntas de Freguesia de Marvila e dos Olivais e o ISEL, em diferentes atividades de caráter científico, cultural e social nomeadamente a realização nos espaços do ISEL do evento Marvila dos Sabores e a participação do ISEL na feira Sustentabilis promovida pela Junta de Freguesia dos Olivais. Sem esquecer a forte ligação, a nível de investigação com a Câmara Municipal de Lisboa com a qual existem diversos protocolos e projetos em curso. A realização deste projeto permitirá que os eventos acima indicados se continuem a realizar no espaço do ISEL servindo a comunidade de um modo ainda mais amplo e condigno. Permitirá, ainda, à cidade de Lisboa e aos seus habitantes e visitantes desfrutar de um espaço privilegiado e icónico para a realização de eventos de diferentes naturezas.
Local
ISEL, Rua Conselheiro Emídio Navarro,1, 1959-007 Lisboa
Documentos
Resultado da Avaliação Técnica
Proposta
Rejeitada